quinta-feira, 11 de março de 2010

Conto Assombrado

Um pouco mais de um mês sem atualização... Desculpa, gente.

Para compensar, o conto assombrado que mandei para o concurso de fictions. Espero que gostem. =]

Eu nunca acreditei em bruxaria, macumba ou seres fantásticos. Simplesmente não havia lugar para eles na minha cabeça romântica. Era no amor que eu acreditava. Era daquelas garotas que sonhava com o príncipe encantado e um final feliz. Por isso, sempre fui taxada de inocente e bobinha. Só mudou quando, de fato, o encontrei - Felipe. E sabe o melhor? Ele se encantou por mim exatamente por esse meu espírito apaixonado. Eu pude ver que o nosso amor estava destinado a ser eterno.

Só que isso mudou.

Não! Não o Felipe. Ele ainda é o meu único amor. O que mudou foram as minhas crenças que citei no começo.

Por quê?

Tudo em razão de um encontro numa noite de sábado. Nunca me esqueci do acontecido, ele me fez ser o que sou hoje.

Eu e Felipe voltávamos de um jantar perfeito, onde comemos bem e desfrutamos da presença um do outro. Riamos das nossas besteiras e planejávamos nosso futuro. Estávamos tão felizes que as ruas escuras da cidade pareciam se iluminar com a nossa presença. Pensávamos que nada poderia nos separar. E estávamos tão entretidos que ignorávamos o mundo a nossa volta, de forma que passamos por uma mulher envolta em um manto negro e nem ligamos para suas tentativas frustradas de ler nosso futuro, ou algo parecido...

Foi então que ela parou na nossa frente, fazendo com que prestássemos atenção em suas palavras.

- Meus jovens, é minha última oferta! Essa simpatia de amor eterno nunca deu errado...

A senhora não conseguiu continuar porque eu e Felipe caímos na risada. Como eu, ele era um completo cético, então aquela história de simpatia não podia ser mais engraçada.

- Por que estão rindo? – ela perguntou sem entender.

- Ora, nos desculpe. Mas esse papo de bruxaria sempre me faz rir. Não tem como acreditar nisso. É pura farsa! – respondi secando as lágrimas dos olhos.

- Ah, é? Em que você acredita, mocinha?

Quando lembro o que respondi depois, sinto o arrependimento mais profundo que uma alma pode sentir. Na hora, não percebi o quanto aquela senhora não era normal.

O que disse a ela? Exatamente o discurso que iniciei essa história.

Quando acabei, ela deu um sorriso macabro e começou a murmurar algo. Pela primeira vez sentia medo do além. E se tornou razão quando olhei para mim e Felipe e vi que havíamos nos transformados em duas estátuas.

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